Em junho de 2023, após as IEES do Paraná deflagrarem greve, o governador, Ratinho Junior, fez chantagem para que os professores voltassem ao trabalho, com a promessa de que se a greve fosse finalizada, as negociações sobre o Plano de Carreira Docente, apresentado pelos reitores, e que visava minimizar as perdas salariais decorrentes dos últimos sete anos, prosseguiriam. Naquele momento, a proposta do Plano de Carreira contemplava: i) equiparação do piso salarial aos professores do ensino básico; ii) acréscimo de um nível na classe de professor Associado; iii) acesso à classe de professor Titular por meio de progressão de classe, iv) aumento de 20 pontos percentuais no adicional de titulação para especialistas, mestres e doutores e v) vale alimentação.

Após muitos adiamentos e reuniões entre o governo e os reitores (sem a representação sindical dos docentes), no dia 01/11/23 o governo anunciou a proposta do Plano de Carreira que pretende encaminhar à ALEP para votação. Essa proposta, que não foi oficialmente apresentada à categoria docente, mas veiculada via impressa, contempla apenas o aumento no adicional de titulação, ainda de forma desigual entre especialistas, mestres e doutores, distorcendo a carreira docente e ficando muito aquém do que, de início, foi apresentado para a suspensão da greve em junho.

Além disso, soma-se o autoritarismo do governo em não negociar a tal proposta com os sindicatos docentes, que por lei, representam a categoria.

Por estas razões, a categoria docente decidiu em assembleia na manhã do dia 06/11/23, a deflagração de greve, por entender que a proposta apresentada e não oficializada, desrespeita e desvaloriza o trabalho docente, além de não ter sido construída com a participação da categoria. Destaca-se também que outras carreiras do funcionalismo do PR foram contempladas com reformulações em 2023, e que o salário base da carreira docente segue sendo um dos menores do Estado.

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