Segundo o atual prefeito Silvio Barros, que iniciou o projeto em gestões anteriores há mais de uma década, “a transposição da UEM no prolongamento da Avenida Herval está autorizada pelo reitor, já com o traçado definido dentro do espaço da UEM” [1].
Tal afirmação representa uma grave interferência na autonomia e na democracia universitária, uma vez que o debate sobre o tema dentro da universidade e de seu máximo órgão deliberativo, o Conselho Universitário (COU), foi interrompido há mais de uma década. Além disso, a menção a uma suposta autorização do reitor para a obra gera desconfiança na comunidade acadêmica sobre os reais interesses por trás dessa iniciativa e o desrespeito aos espaços democráticos de decisão.
Ademais, retomando o debate ocorrido na primeira versão do projeto, em 2013, lembramos que a comunidade acadêmica já havia levantado diversas críticas. Entre as principais preocupações, destacam-se a interferência em áreas acadêmicas, a inviabilidade da continuidade dos trabalhos na estação climatológica — que possui uma série histórica de dados coletados desde 1978 [2] — e o impacto da especulação imobiliária, que ameaça moradias na Vila Esperança e no entorno da UEM.
Diante dessas incertezas e preocupações, consideramos fundamental que a UEM, por meio da reitoria, se manifeste publicamente em defesa da autonomia universitária e do respeito aos princípios democráticos que devem nortear qualquer discussão e deliberação dentro da instituição.