Nos últimos anos, a disparidade salarial entre diferentes setores do serviço público no Paraná tem se tornado cada vez mais escancarada. Enquanto servidores do Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Tribunal de Contas conseguiram zerar a defasagem salarial acumulada durante a pandemia, os servidores do executivo, incluindo docentes das universidades estaduais, enfrentam uma realidade bem diferente.
TABELA 1
De acordo com dados compilados pelo Professor Thiago Ferraiol, presidente da Sesduem, os servidores do executivo acumulam uma defasagem salarial crescente desde 2015. Em 2024, essa defasagem alcançou revoltantes 39,45%, um percentual que reflete anos de reajustes insuficientes e abaixo da inflação.
TABELA 2
A tabela de reajustes e inflação destaca a discrepância: enquanto os servidores públicos do executivo receberam aumentos irregulares e frequentemente inferiores ao índice inflacionário, os demais setores do serviço público receberam reajustes que acompanharam ou até superaram a inflação. Por exemplo, em 2022, servidores do executivo tiveram um reajuste de 3%, frente a uma inflação de 12,13%, enquanto Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Tribunal de Contas receberam um reajuste de 9,31%.
TABELA 3
A defasagem salarial não é apenas um número frio. Para nós, essa perda acumulada representa um impacto significativo na qualidade de vida e no poder de compra. A massa salarial perdida desde 2015 equivale a mais de 20 salários, o que significa que, no caso dos docentes, por exemplo, cada um deixou de receber, em média, quase dois anos de trabalho remunerado. Enquanto outros servidores públicos têm suas remunerações adequadas ao custo de vida, os docentes veem sua capacidade financeira deteriorar-se ano após ano.
A desigualdade no tratamento salarial entre os diferentes setores do serviço público do Paraná é um reflexo do abandono de áreas como educação e saúde por parte do governo de Ratinho Jr. Nossa luta continua intensa para que o governo estadual adote medidas para corrigir essa injustiça e garantir que os servidores do executivo recebam o reconhecimento e a remuneração que merecem. Chega de injustiças!
Os números falam por si: a defasagem salarial em 2024 atinge 39,45%. A correção dessa desigualdade não é apenas uma questão de justiça, mas uma necessidade urgente para assegurar a qualidade dos serviços públicos prestados no estado.