Prezados(as) candidatos(as) a vereador(a) e prefeito em Maringá

A Universidade Estadual de Maringá, patrimônio do povo paranaense, é uma das principais instituições de ensino superior do país e de extrema importância para a população de Maringá e região. É somente por meio da universidade pública e gratuita que podemos ampliar o acesso ao ensino de qualidade, bem como desenvolver pesquisas e atividades de extensão, contribuindo para produção e divulgação do conhecimento para a classe trabalhadora.

Infelizmente, apesar de todo o esforço dos(as) docentes, agentes universitários e estudantes para construir uma educação de qualidade, produzir ciência e cultura, passamos por tempos de grandes dificuldades. A universidade e nosso trabalho têm sido duramente afetados pelos sucessivos cortes orçamentários, pela falta de construção e manutenção da infraestrutura, pela falta de concursos e contratação de servidores, pela defasagem salarial decorrente da inflação e falta de reposição, além da constante e sistemática interferência na autonomia.

Tendo em vista essa situação, e sabendo da importância que é termos apoio dos(as) candidatos(as) e representantes eleitos(as) para efetivação dessa luta, colocamos a seguir um conjunto de reivindicações construídas pelo movimento docente, a partir da sua Seção Sindical, a Sesduem, para que possam ser assumidas como compromisso de apoio dos candidatos, tanto durante a campanha como após ela. A luta não acaba nas eleições!

Reivindicações

  1. Autonomia Universitária (Não à LGU). Reivindicamos o fim da Lei Geral das Universidades (LGU), garantindo, como prevê o art. 207 da constituição federal e o art. 108 da constituição estadual, “autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial”
  2. Reposição salarial anual. Garantia de que a data-base, conforme determina a lei estadual 15.512 de 2007, seja aplicada no dia 1 de maio de cada ano, corrigindo o valor dos salários pelo índice de inflação do ano anterior.
  3. Reposição da defasagem acumulada. Reivindicamos que a atual defasagem salarial, decorrente da não aplicação da data-base desde 2017, seja imediatamente realizada. Atualmente os docentes têm uma defasagem que ultrapassa 40%.
  4. Orçamento de pessoal. Garantia, conforme prevê o art. 131 da constituição estadual, “recursos necessários à manutenção de pessoal, na lei orçamentária do exercício, em montante não inferior, em termos de valor real, ao do exercício anterior”.
  5. Orçamento Geral. Garantia, na lei orçamentária do exercício, de previsão orçamentária para despesas de custeio e investimentos de acordo com peça orçamentária elaborada pelas universidades, com autonomia, transparência, participação da comunidade e aprovada nos conselhos próprios da universidade.
  6. TIDE e carreira docente. Que todos os docentes possam trabalhar em regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva, com previsão de progressão na carreira a partir do seu trabalho, garantindo um vínculo efetivo com a universidade no sentido de fortalecer o ensino público e a produção de ciência para atender as demandas da classe trabalhadora.
  7. Condições de contrato e trabalho dos Docentes Temporários. Que as contratações temporárias sejam feitas exclusivamente para cobrir licenças previstas na lei ou em programas de capacitação da própria universidade. Que seja garantida a esses docentes a isonomia, com as mesmas condições de trabalho dos docentes efetivos, podendo trabalhar em regime tempo integral e dedicação exclusiva, com a execução de atividades de ensino, pesquisa e extensão.
  8. Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Garantia de condições de trabalho e investimentos para a realização de projetos e programas, promovendo a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, fortalecendo a integração com a comunidade e uma produção de conhecimento feita pela e para a classe trabalhadora.
  9. Infraestrutura. É urgente a destinação de recursos para uma ampla reforma da infraestrutura da UEM, que se degrada a cada dia. Além disso, é fundamental a retomada dos investimentos para finalização de obras paradas e contratação de servidores para que a manutenção e o zelo pelo espaço público seja constante.
  10. Contratação de servidores públicos (docentes e agentes universitários). Reivindicamos autonomia no dimensionamento e contratação de servidores com concurso público. Que o quantitativo de vagas de servidores para a universidade seja previsto em lei, considerando todas as atividades desenvolvidas e a necessidade de manutenção da infraestrutura existente. Que esse quantitativo seja feito a partir de estudo sistemático da própria comunidade universitária, de forma transparente e com participação popular.
  11. Fim das terceirizações. Reivindicamos que os trabalhadores nas universidades tenham carreira e condições de trabalho, fortalecendo o vínculo comunitário necessário para a construção de espaços democráticos e de uma educação de qualidade. As terceirizações têm precarizado as condições de trabalho e são extremamente danosas para a universidade.
  12. Política de apoio estudantil. Reivindicamos mais investimentos para promover o acesso e a permanência de estudantes na universidade, sobretudo em cursos de licenciatura. As bolsas são escassas e em valores insuficientes para que os estudantes se mantenham integralmente na universidade. Apenas aqueles que possuem alguma estrutura financeira de apoio na família conseguem acessar. Muitos estudantes são obrigados a trabalhar longas jornadas para manter minimamente suas condições de vida, tornando a permanência na universidade algo pontual, prejudicando a qualidade de seu aprendizado.
  13. Moradia Estudantil. Uma demanda antiga e ainda urgente é a finalização da moradia estudantil. A reivindicação vem desde 1987, teve uma obra iniciada em 2011, mas se encontra apenas no esqueleto, parada há 12 anos
  14. Espaços culturais do campus. Manutenção e ampliação dos espaços culturais no Campus. Atualmente a UEM tem espaços como o Teatro Universitário de Maringá (TUM), Museu da Bacia do Paraná, entre outros, que são de importância cultural e histórica e precisam de manutenção e investimentos urgentes. Além deles, uma das obras fundamentais para a UEM é a finalização do Teatro e Centro de Eventos. O local pode se configurar como o maior teatro da região, com capacidade para 1000 pessoas, além de salas multiuso e espaços para exposições. A obra foi iniciada em 2009 e paralisada em 2013.

A Sesduem solicita aos(às) candidatos(as) a prefeito e a vereador(a), que apoiem nossas reivindicações nos enviando manifestações escritas ou em vídeo. Elas podem ser encaminhadas para o email sesduem@uem.br ou para o whatsapp (44) 9 8455 3862. Firmamos o compromisso de divulgar em nosso site e nas redes sociais todas que nos forem enviadas e estamos a disposição para aprofundar o diálogo.

Atenciosamente

Direção da Sesduem

Docentes em Luta

2023 – 2025

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