Prezados(as) colegas docentes,
A situação já passou dos limites há tempos. Passamos o 1º de Maio e, mais uma vez, fomos ignorados pelo governo. Desde 2016, não recebemos reposição das perdas inflacionárias, e o governo do Estado segue sem reconhecer a defasagem. Todos os anos buscamos interlocução com agentes políticos — incluindo deputados e secretários de governo —, mas essas conversas têm se configurado mais como estratégias de protelação. Não há uma efetiva mesa de negociação com o governo, que insiste em ignorar a dívida com o funcionalismo.
A única conquista salarial que tivemos no último período foi o aumento dos adicionais de titulação em 2023, resultado de um movimento grevista. Esse movimento, no entanto, apresentou fragilidades. Com pouca mobilização, o governo ficou confortável para aplicar uma alteração que distorceu a carreira, concedendo percentuais menores para mestres e especialistas e deixando de fora os aposentados sem paridade.
Diante deste cenário, a direção da Sesduem tem insistido junto à categoria sobre a necessidade de uma mobilização mais intensa, compreendendo que apenas a construção de uma greve forte pode dar visibilidade às nossas justas reivindicações.
Para avançar nessa construção, realizamos no último dia 29 de abril uma paralisação estadual e fomos às ruas. Ao final da manifestação em Curitiba, a coordenação do FES foi recebida pelos deputados estaduais Alexandre Cury (presidente da Alep), Hussein Bakri (líder do governo na Alep) e Professor Lemos (oposição).
Nessa reunião, os deputados Bakri e Cury, embora tenham reconhecido a gravidade da situação, informaram que o governo não reconhece a defasagem de 47%, sob a justificativa de que as reestruturações de carreira realizadas nos últimos anos teriam gerado incremento salarial em algumas categorias.
Obviamente, as direções sindicais se opuseram a esse argumento, apontando que tais reestruturações não contemplam a totalidade da defasagem e, além disso, geraram distorções. Atualmente, grande parte dos servidores permanece com perdas acumuladas de 47% — em especial os aposentados sem paridade, que não tiveram qualquer reposição salarial com as reestruturações e, como os demais, não recebem nenhum auxílio de natureza compensatória.
Os deputados se comprometeram a se reunir com a Secretaria da Fazenda e a Casa Civil na segunda-feira, dia 5 de maio, para obter um posicionamento oficial do governo sobre:
- A data-base referente ao período de maio/2024 a abril/2025;
- A isenção do desconto previdenciário para aposentados até o teto do INSS;
- A abertura de uma mesa permanente de negociação entre o governo e os sindicatos, visando estabelecer um diálogo transparente e contínuo.
A direção da Sesduem reafirma que essas reuniões, até agora, têm gerado pouca efetividade. Precisamos encontrar meios de mobilização que deem força às nossas pautas. Lembramos que, além da questão salarial, temos uma série de lutas em curso: pela revogação da LGU, pela reconquista da autonomia universitária, pela contratação de mais docentes e agentes universitários, pela agilização dos processos burocráticos, pela melhoria das estruturas e condições de trabalho, pela garantia do TIDE a todos, inclusive aos temporários, pela redução da carga horária didática dos docentes temporários, entre outras
Reiteramos também a necessidade de posicionamentos públicos dos principais agentes políticos de nossa instituição — incluindo chefias de departamento, direções de centro e a própria reitoria. Essas manifestações podem impulsionar o debate e fortalecer o processo de mobilização da categoria na defesa das pautas mencionadas.
Diante desse cenário, a diretoria da Sesduem convida todos os docentes a escrever suas opiniões e posicionamentos políticos publicando em nossa coluna “opinião docente”.
Indicamos a realização de nova assembleia para o dia 13 de maio, às 13:30, no anfiteatro do Bloco F67, para discutir os próximos passos da mobilização.