
Por Professora Fabiana Carvalho
Bateu nostalgia ao rever o “Livro do artista – Retratos de Tinta” do Sérgio Augusto, ex aluno do Curso de Artes Visuais da UEM. Cada página, personificada, registra rostos de uma universidade viva, colorida, diversa e diversificada.
Outra amiga falava que a universidade é como um zoológico dos tipos… Não sei o que houve para a diferença ser, aos poucos, apagada… E esse zoo, entendido aqui como metáfora apenas, ter se transformado numa massa amorfa e, ao mesmo tempo, tão homogênea e pasteurizada. A grosso modo, poderia dizer: algumas pessoas e conjunturas se transformaram no mesmo “tipo”… Empresa e funcionário padrão, que bate o ponto negando ou alheio aos seus direitos e à precarização do trabalho (de docente, de pesquisador, técnico, assessor).
Ou estamos, talvez, borrados… De medo… Por apagões estruturais… Fotos manipuladas para revelar bem-estar funcional e administrativo que não condizem com a realidade. Não é o borrão das cores alegres do Sérgio Augusto, mas uma distorção pela…
Norm(a)(ose)… Essa espécie de apátia e mesmice que se dissemina visando igualar os meios e dissolver os movimentos de resistência. E a gente se acostuma. Inclusive à LGU, normatizadora maior.
Ontem, 29 de abril foi dia de paralisação… 10 anos do massacre do Centro Cívico… Poucos rostos na praça…
O livro do artista não captou nosso desgaste, aquelas/as que se foram e os rostos que se singularizaram na UEM pacificada. A gente se acostuma. E acua. E tira o vermelho da logo, disfarçando o fato com irrelevâncias para erguer a bandeira branca que a elite exige e gosta.
“Tenho fé é na rapaziada”, pela via torta ou coerente, ocupando a reitoria e fazendo a UEM vibrar. Movimentando-se para além das filas imensas do RU, onde somos mais rostos na multitude acadêmica, haverá sorrisos e a raiva como luta e reinvindicação!
Que a ocupação dure… S-acuda!
Fé também nos colegas que “ainda estão aqui” fazendo formação política e profissional em seus espaços de atuação… Fé para colocar nossas caras ao céu e ao COU, para que a gente não se renda e não se desconfigure – como classe – tanto assim…