O movimento estudantil de ocupação da reitoria da UEM, deflagrado em 14 de agosto de 1984, completa 40 anos. A pauta de reivindicações do movimento contemplava o congelamento dos valores das mensalidades, das refeições do RU e demais taxas, em uma conjuntura econômica nacional de inflação fora do controle. Em 1984, a inflação anual foi de 224%. O sonho estudantil, porém, era a conquista da gratuidade do ensino e a democratização da universidade.

Durante a ocupação, as/os estudantes formaram uma verdadeira comunidade democrática dentro da universidade. Assembleias, debates e atividades culturais marcaram esse período, demonstrando que a união e a organização podem transformar a realidade. A ocupação da reitoria não foi apenas um ato de resistência, mas uma afirmação de que um modelo de gestão mais inclusivo e participativo era possível e necessário. Um dos frutos imediatos dessa mobilização foi a aceitação de uma proposta intermediária pelo Conselho de Administração, que incluiu um subsídio oferecido pela Prefeitura Municipal para garantir o congelamento dos preços do restaurante universitário até o final do ano.

Na UEM, os ventos da mudança sopraram progressivamente. Modificando a estrutura de poder, houve a disseminação de eleições diretas para os cargos mais importantes. Em 1986, ocorreu a primeira eleição direta para reitor. A chapa eleita assumiu o compromisso de promover um ato concreto em favor da gratuidade. Em janeiro de 1987, esse ato concreto foi traduzido pelo acolhimento de um abaixo-assinado estudantil que reivindicava o congelamento dos valores das mensalidades escolares. Em julho, no acordo que encerrou a greve sindical, o governo estadual concordou com a implantação da gratuidade do ensino, implantada a partir de 1988.

Analisando a história a partir do seu desfecho, constata-se que o movimento estudantil de ocupação da reitoria da UEM deflagrou um processo de mobilização interna, do qual também participaram os movimentos dos docentes e dos servidores técnicos, que acelerou as reformas democratizantes da UEM e foi coroado com a conquista da gratuidade do ensino. 

Vamos honrar a memória daqueles que lutaram e continuar fortalecendo a nossa comunidade acadêmica! 💪

Fontes

Professor Reginaldo Benedito Dias, do departamento de História da UEM;

Artigo: Dias, R. B. (2009). Uma universidade de ponta-cabeça: a ocupação da reitoria e a luta dos estudantes da UEM pela gratuidade do ensino e democratização da universidade (2ª ed.). Maringá: Eduem. 

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